quarta-feira, março 30, 2005

Es ist wahr: wir lieben das Leben, nicht, weil wir an's Leben, sondern weil wir an's Lieben gewoehnt sind.

Es ist immer etwas Wahnsinn in der Liebe. Es ist aber immer auch etwas Vernunft im Wahnsinn.

Desisto de ler Nietzsche em alemão, até o nome é complicado de escrever

domingo, março 27, 2005

1
Quando o copo está vazio,
quero enchê-lo;
mas e se está cheio,
por que não posso encher mais ainda?
em um universo sem limites, um universo infinito,
somos finitos, somos limitados.
Deus foi cruel conosco
nos mostrando a imortalidade,
e nos presenteando com o poder do fim.
impossível lidar com essa impotência,
criamo-nos com diversas visões da vida no além-dela.
Antes uma desregrada que uma servidão no Paraíso.
Antes do dia vem a manhã.
Quero um copo sem fundo, beber direto da fonte.

2
Faz tempo que não faç'um verso
Há muito que estou disperso
esqueci-me das aflições
dos tornados e furações
Tudo me vem hoje ao inverso

Do rio que alagava o mar
no tardio e manso desaguar
a fonte de sal secou
a água se desalterou
e no leito sujo voltou a jorrar

talvez por isso tergiverso
talvez pelas ondulações
por causa das multidões,
do mar e do rio transverso.

nego-me, chego a jurar:
o que de mim se mudou
voltará a me acompanhar
e não será com quem vou.

ligo-me de novo
ao ovo e me renovo.

sábado, março 26, 2005

-Gefaehrlicher fand ich's unter Menschen als unter Thieren
-Wegsehn wollte der Schoepfer von sich,—da schuf er die Welt.
Nietzzzsssche

quarta-feira, março 23, 2005


Carnaval
Mesmo sendo tão liberal
confesso que me sinto mal
como um grão no milharal.
Imaginem que bacanal,
que confusão tribal
se um nascesse oval?
Se um não fosse igual?
Diriam ser natural
mais um fato banal
mas e se fosse eu,
o tal?
Fica o apelo moral,
pra quem acha normal
não sei pra quem ou qual
se há algum especial
porém, sem relação carnal
em tão distante local
nasceu alguém monumental
Mudou de vez o canal
duma maneira magistral.
Mas, e se fosse eu
o tal?

sábado, março 19, 2005

O Tapete de Poy

Foi logo quando entrou pela porta - pela parede, desta vez, não dava - que Poy viu o cinto preto jogado sobre o carpete prata. Se não era nem seu, nem de sua mulher, mesmo porque não tinha mulher, de quem seria então? Não ousou tocá-lo, sentou-se à mesa, por Deus!, de onde teria vindo aquilo?-Ahm, com licença? Houve, por acaso, um assassinato aqui? Perguntou um policial, espiando pela porta que Poy deixara entreaberta.-...oi.. não, não, só estou com um pouco de dor de cabeça.O Policial então sorriu, entrou pela sala, pegou o cinto prata de sobre o tapete preto e pulou pela janela, ainda fechada, pois Poy não a abrira até o momento.Um macaco, este também preto, saiu de debaixo do tapete prata, ou a essa altura também preto, deu um chute na canela de Poy, e coçou os dedos que agora lhe doíam, enquanto se encaminhava para a porta.Correndo, Poy o perseguiu pelos corredores, sem alcançá-lo, porém.Ao voltar para seu apartamento, mais especificadamente ao abrir a porta, ficou tranquilizado observando que o tapete de sua sala ainda era vermelho. Mas, por Deus!, a janela ainda estava aberta.

sábado, março 12, 2005

"De volta do Sol"
A fluência dos rios nega os afluentes dos mares.
Para alcançar o sol, ergamos altos patamares.
Ao subir, quando passarmos pela linda lua,
quero te encontrar na parte sombria, linda, nua.
Prometo que do Sol descerei, no mais tardar,
e você me prometa, que suporte daí me amar.
Voltarei logo, trazendo comigo o fogo da paixão,
me encontre sob lençois frescos, dê-me sua mão.
Quero beixá-la ofegante, nela e em ti me afogar.
De um jeito que nem rios nem mares podem imitar.


Ainda falta muito, na fila pro nada,
mas já longe de onde saímos,
baixa-se a cabeça e segue-se a boiada.

sábado, março 05, 2005

As duas cordas que uniam os dois extremos das nuvens não suportaram as duas últimas ondas das duas últimas noites. O nó se desfez, seus escombros escorreram garganta adentro, por fora, o suor sem sal lhe moldava as membranas. Marte não alcançaria o mar se mergulhasse lá de cima; nem mesmo se o sol entrasse de sola. Andamos procurando o próximo passo, esquecendo de passear pelo passado recente, que era o presente do último instante. A espuma, entretanto, também se esquece de ter sido, um dia, onda, oceano. Eu? Estou preso no presente: não me lembro de meu passado e não sei do meu futuro.
Filósofos tentam fundamentar as infundamentáveis questões fundamentais, mas entram em contradição ao tentar contradizer contradições. Não, não são felizes.

sexta-feira, março 04, 2005

O ontem só é passado para o agora; para semana passada, era o futuro. Como as coisas mudam.