sábado, março 19, 2005

O Tapete de Poy

Foi logo quando entrou pela porta - pela parede, desta vez, não dava - que Poy viu o cinto preto jogado sobre o carpete prata. Se não era nem seu, nem de sua mulher, mesmo porque não tinha mulher, de quem seria então? Não ousou tocá-lo, sentou-se à mesa, por Deus!, de onde teria vindo aquilo?-Ahm, com licença? Houve, por acaso, um assassinato aqui? Perguntou um policial, espiando pela porta que Poy deixara entreaberta.-...oi.. não, não, só estou com um pouco de dor de cabeça.O Policial então sorriu, entrou pela sala, pegou o cinto prata de sobre o tapete preto e pulou pela janela, ainda fechada, pois Poy não a abrira até o momento.Um macaco, este também preto, saiu de debaixo do tapete prata, ou a essa altura também preto, deu um chute na canela de Poy, e coçou os dedos que agora lhe doíam, enquanto se encaminhava para a porta.Correndo, Poy o perseguiu pelos corredores, sem alcançá-lo, porém.Ao voltar para seu apartamento, mais especificadamente ao abrir a porta, ficou tranquilizado observando que o tapete de sua sala ainda era vermelho. Mas, por Deus!, a janela ainda estava aberta.