quarta-feira, agosto 30, 2006


dimensão zero:
um ponto
primeira dimensão:
um traço que liga dois pontos (só há comprimento)
segunda dimensão:
outro traço surge do primeiro e o cruza (há comprimento e largura, mas não há profundidade)
terceira dimensão:
existe profundidade, uma espécie de segunda dimensão dobrada (pula-se de um extremo a outro de uma folha de papel, simplesmente dobrando-a e juntando as bordas)
quarta dimensão:
é a duração, o tempo. O que éramos, o que somos, o que seremos no nosso mundo de três dimensões, forma uma linha de tempo. Um traço ao longo da vida que liga o passado e o futuro.
quinta dimensão:
(assim como a passagem da primeira para a segunda dimensão) outro traço que surge do traço do tempo, dando múltiplas alternativas para o futuro que dependem de escolhas feitas no presente
sexta dimensão:
uma dobra na quinta dimensão, isto é, você passa do que é para o que poderia ter sido
sétima dimensão:
é a junção de todas as possibilidades de futuro, o traço que vai desde o big bang até todos os possíveis fins do universo, toda essa linha é tratada como um ponto.
oitava dimensão:
um traço que liga o ponto infinito de possibilidades de fins do universo com um ponto do infinito de possibilidades do começo do mesmo, não apenas a partir do big bang, mas a partir de todas as outras possibilidades de ínicio do universo.
nona dimensão:
uma dobra na oitava dimensão, que permita um salto entre dois tipos de infinitas possibilidades possíveis
décima dimensão:
todos os ramos de possibilidades do infinito da nona dimensão se resumem a um ponto. Não há como imaginar mais um ponto fora disso para traçar uma linha e ligá-lo com o ponto da décima dimensão e assim criar uma nova, portanto, ponto final.

segunda-feira, agosto 28, 2006

"A internet pode ser produtiva

Ano de eleições; você conhece seu candidato? Sabe se ele fez universidade? Sabe quantos terrenos, quantos apartamentos ele tem?
Não vou perguntar aqui se você se lembra em que deputado votou no passado, porque isso é covardia, nem eu me lembro. Então comecemos juntos e daqui a quatro anos poderemos cobrar. Não é difícil; depois de ver seu orkut, entre na página do Tribunal Superior Eleitoral e bem visível, um pouco acima do centro da página, entre os destaques, clique em Divulgação de Candidaturas.
Pronto; temos ali todos os candidatos do país inteiro; podemos descobrir algumas curiosidades. Vocês sabiam que a Heloísa Helena não é a única mulher a concorrer este ano para presidente? Havia também uma tal de Ana Maria Rangel, do PRP, mas que teve sua candidatura indeferida. Detalhe: seu partido iria gastar 150 milhões de reais na campanha (o dobro do que Lula, que conta com R$ 89 milhões).
Outras informações interessantes podem ser tiradas das candidaturas da Angela Amim (que não possui nem carro no seu nome), Roberto Salum, Luis Henrique e Fritsch; assim como estatísticas de todas as eleições passadas, quantas mulheres foram eleitas, quanto foi gasto pelos partidos, etc.
Conhecendo melhor seus candidatos, você se lembrará deles por muito tempo, eles saberão que você os acompanha e, quem sabe, não se meterão em tantos esquemas corruptos. À princípio, são todos honestos, agem com transparência, e declaram tudo que têm ali no site do TSE. Não vamos prejulgá-los, comecemos juntos, façam o contador de entradas do site subir. Eles se sentirão um pouco mais vigiados."

sexta-feira, agosto 25, 2006

Sobre essa última guerra

According to the New York Times, Sheik Hassan Nasrallah, the leader of Hezbollah, appeared on television to declare that Hezbollah had won “…a strategic and historic victory.”
Meanwhile, Israel is claiming they achieved their goal of degrading Hezbollah and putting the U.N. peacekeepers and Lebanese army in control of Southern Lebanon.

You have to love a war where both sides win. The only part I didn’t understand was why they stopped fighting. It seemed to me that the longer they fought, the more winning both sides would enjoy.

quinta-feira, agosto 24, 2006

Os Determinantes do Crescimento, por quê o Brasil não cresce

A média de crescimento do PIB nos últimos quatro anos é de 2,6% a.a., consideravelmente abaixo da média de crescimento mundial, que é de quase 5%. No ritmo em que o país se encontra, há uma perspectiva de se atingir um patamar de 3,9% apenas em 2010, causando a deteriorização da estrutura e das bases sociais do Brasil, levando-o a uma perda de competitividade com países como China, Rússia, Índia e a própria Argentina, que crescem a médias de 10%, 6,8%, 7,8% e 9,1% respectivamente (segundo dados do IPEA).
As reformas feitas falharam em recolocar o Brasil numa rota de desenvolvimento ao incentivar demasiadamente o capital financeiro sem, em contrapartida, atrair investimentos produtivos. O país obteve ganhos de produtividade, mas que não foram suficientes para criar condições de reduzir o gasto público, ponto crucial para a volta do crescimento. A redução do gasto público movimentaria três pilares fundamentais para o país voltar a crescer, viabilizaria: a redução da dívida pública, a diminuição da carga tributária e o aumento do investimento público. Os três, somados, afetariam todos os componentes do PIB, pois aumentariam tanto o Consumo quanto o Investimento e racionalizariam a diferença entre Gastos e Tributos.
O aumento do investimento público deveria se dar na forma de uma política industrial voltada para a inovação, à moda neoschumpteriana, aumentando o fator tecnologia nos campos com grandes possibilidades de saltos de qualidade e incorporação de margens de contribuição. Isso se realizaria em áreas nas quais já possuímos vocação natural, como na agricultura, porém com ambições maiores, deixando de lado o simples extrativismo e partindo para a incorporação de tecnologia nos nossos produtos, como no setor de biodiesel, pesquisas químico-farmacêuticas e biogenética (como os grandes avanços já realizados pela EMBRAPA).
A função de produção seria estimulada tanto no que consta à taxa de crescimento tecnológico quanto no conseqüente aumento de trabalhadores efetivos. Estes viriam de políticas públicas voltadas para a educação, cuja falta é fator crucial para a desigualdade salarial. Um círculo vicioso positivo se formaria, com inovações gerando empregos de salários decentes, educação favorecendo as inovações, e taxa de juros com quedas sucessivas até patamares racionais, o que permitiria mais consumo e investimento, menor desemprego, mais inovações e assim por diante. Outros fatores influenciam a renda; cuidados com direitos de propriedade pouco sólidos e mercados financeiros pouco desenvolvidos também devem ser tomados, pois são geradores de expectativas positivas fundamentais para a estabilização econômica.
O problema do Brasil é ajeitar a casa e saber pra onde seguir, o que não é mistério pra ninguém; a única coisa que ainda não permanece clara é qual projeto de país adotar. Somos um dos países mais fechados para importação, o que contraria as regras de um mercado eficiente, mas isso também é contrariado pelos EUA, pai do liberalismo, que protege sua agricultura defasada. Não é seguindo os modelos e padrões do primeiro-mundo que os países subdesenvolvidos perderão seu prefixo corrosivo, pois a economia mundial não se trata de uma escada onde se tomam receitas para subir degraus; América, Europa e Japão, países desenvolvidos, em via de regra nunca foram de terceiro-mundo, não estão onde estão por terem seguido a mesma fórmula e não devem exigir uma padronização de quem ainda não alcançou certo patamar de resultados.
Os países que mais se destacam em salto de qualidade e crescimento seguiram regras próprias. A Coréia do Sul se desenvolveu com base em um projeto nacional e duros protecionismos, caminho similar ao da China; e o Chile rearrumou a casa ainda na ditadura, quando deu início a um projeto de previdência social exemplar. Para o Brasil, o caminho é investir em educação e gerar inovações, mas isso não basta se faltar um foco claro onde empregar a tecnologia, se em setores do futuro ou em regras antigas, em futuros do passado.

sexta-feira, agosto 04, 2006

Control+Z
Desescovei os dentes e desacordei.