segunda-feira, abril 18, 2005

Mão dupla

Existem dois meios de se encarar a vida: ou se olha para cima ou se olha para baixo.
Quando olhamos para o alto, imaginamos ver a linha de chegada, o ponto máximo da evolução, e nos direcionamos para lá. Ficamos, porém, permanentemente insatisfeitos com nossos resultados, sabemos que a subida é longa. Há uma satisfação imediata quando alcançamos o próximo degrau, mas logo retorna a ânsia de uma nova subida; há sempre algo melhor pela frente.
Se vivemos olhando para baixo, permanecemos o tempo todo satisfeitos e, com isso, não evoluímos. Ficamos aliviados conscientes de que podia ser pior, de que há alguém sofrendo mais, e assim sorrimos e agradecemos sei-lá-o-quê por estarmos em tão "boas" condições.
A anestesia da felicidade ou o a evolução cansativa?
Por que ou?
Por que não anestesiar o cansaço e alegrar a evolução?

Alguém certamente contestará, dizendo que podemos também tomar o canteiro central da avevida e olhar para os lados. Tal alternativa, porém, não foi levada em conta devido à falta de colorido da idéia de que somos todos iguais, de que estamos todos juntos num terreno plano. A Terra já é redonda há pelo menos quinhentos anos! Pelamor-de-deus!