quarta-feira, abril 27, 2005

Malakatan, parte dois

E Malakatan quis seguir seu sonho, quis sonhar. O temor de deixar seus companheiros sem sua proteção, o temor do medo deles, o tremor nos queixos deles o acorrentava em cada ponto que paravam.
Sua mãe então lhe disse que se era sonho, e se sonho fosse, era tão insignificante quanto a nota sol em meio à chuva. A nota dó depois do riso. O som do lá, aqui; disse que ele poderia partir livre sem se preocupar com o "se" dos outros; ouvir a si próprio.
A festa dos ciganos terminara, o vinho avinagrara, as vestes estavam manchadas da perda. E os ciganos foram para a direita, e as trovoadas seguiram junto, e Malakatan virou para o leste e nunca mais seguiu sua sombra antes do meio-dia.
Os ciganos perderam o maior de seus filhos em algum canto do mundo.