sexta-feira, outubro 07, 2005

É porque eu venho sempre aqui, disse ela saindo de frente da porta. Eu entrei já sabendo que coisa boa não era, e me enganei. Qual o porquê então de não me querer ali? Trouxe Camille para perto de mim, colei meus lábios em seu ouvido e sussurrei a pergunta. Ela me olhou, Camille sempre me observava quase como que tentando lapidar minha alma, ela me olhou de cima - superior qual a boca de um chuveiro, se o olharmos de volta, ele enche de lágrimas nossos olhos. Não gostaria de misturar; uma coisa é minha vida antes, meus lugares de gente solitária, de filosofia a um, outra coisa são nossos palcos de romance, nossa teoria literária a dois, murmurou Camille com as pálpebras semicerradas. Dei dois passos para trás. Ok, eu disse, faça de mim o que quiseres, leve-me onde desejares, e nunca mais diga que não te amei. E, no fundo, suspeito que ela sabia, que ela era pouco mais que uma gripe espanhola que me deixara duas semanas de molho preso à minha cama. Ela, Camille, durou três.