sábado, junho 04, 2005

Gente há que vive presa e tem gente que morre solta, mas também há os que da morte se soltam pra se prender correndo à vida; quem corre não lembra o nome da rua da outra esquina e tromba no quebra-molas do centro da avenida. Logo, só esquece o que pouco sobra do resíduo do que faltou, quem muito à noite chora e se recorda do que está por vir: ser preso no meio fio é melhor que morrer no asfalto; tem gente que prefere o mar ao som do canto das pedras, prefiro não olhar o que obstrui o odor das flores, que soltas no meio da rua, em meio à morte, prendem o suco do ar em um suspiro irrelevante.
Comi três fatias de presunto e um copo de suco de uva, hoje, no café-da-manhã. E um dedo de nutella. E um pouco de arroz.
Ok, o arroz é mentira, não sei fazer arroz. Só a rua.