segunda-feira, maio 02, 2005

(continuação)
E por que Malakatan passava as tardes a se questionar, se não desejava obter resposta alguma?
Com caminhos divididos, dividiu-se também a atenção do sol para com o grupo de ciganos; a tensão ficou com o solitário do Malakatan que logo alcançou os campos gelados do quente inverno catalão. Pôde se sentar "en las ramblas" por volta do meio dia, dia meio cinza aquele. Em Barcelona permaneceu até o verão, que, por acaso, começou no dia seguinte - acontecem dessas coisas na Espanha -; e as pessoas ficaram coloridas. E coloridas ficaram as cores.
Dormindo em uma viela estreita do bairro gótico, encontrou outros tão "outros" quanto ele, anônimos, como se não possuíssem nomes; havia um mundo ali no meio. E foi por meio da língua espanhola que Malakatan conheceu Anna del Nacho; e Anna del Nacho esfregava tomate no pão no café-da-manhã.
(continua)