sábado, maio 20, 2006

Eu ainda quero o seu luar
embora insistas em me fazer sofrer
eu te quero hoje por sobre o mar
minutos antes de anoitecer

Vens com o dia me mostrar as cores
com as cores iluminar meu dia
ilumina o mundo e me ilumina as dores
lança luz sobre uma ânsia fria

Não venho pedir sol, exijo sombra
do calor quero sentir o frio
da epiderme da sua alma
sentir o mundo vazio
depois poder respirar com calma

Não venho pedir sol, eu quero a sombra
uma cara séria de pensamento fundo
menos porquês nos sentimentos
irracional e c´um plano imundo
lançar as cinzas do dia aos ventos

Não peço sol, preciso de sombra
Nunca vou te convencer
nem com rosas nem com sorrisos
nem prognóstico nem parecer
muito menos com tais versos lisos.

Me destes a manhã, me destes o dia
me destes o sol poente
mas me deixastes com a ânsia fria
que não sai mais da minha mente

Deixo-te um agradecimento
fruto do que passou
que floresceu e no momento
traz noite; o dia acabou,
fica o estremecimento
de saber o que ficou.

Sobra o que quero que não podes dar
sobra o que queres e não podes ter
sobra um futuro morto a agonizar
uma poesia boba para alguém ler